Desviando um Asteróide. Finalmente!

(Representação artística)

Recentemente, foi divulgada uma notícia que importa a todos que gostariam que não acontecesse novamente o que aconteceu com os dinossauros (leia a notícia aqui).

O verdadeiro problema sobre asteróides que podem se chocar com a Terra está no fato de nunca termos testado as tecnologias disponíveis para nos defender. Finalmente, esse problema será resolvido em breve.

As chances de um asteróide ou cometa ser observado durante a iminência de um impacto, ou seja, quando não há muita coisa a se fazer, é desprezível na realidade. Podemos observar objetos e determinar suas trajetórias muito antes de um impacto. Uma possível colisão com a Terra pode ser prevista com décadas ou séculos de antecedência, tempo suficiente para fazermos algo.

Algumas idéias foram propostas para lidar com um asteróide em rota de colisão com nosso planeta. Uma delas era embrulhar o asteróide em uma espécie de papel laminado. A luz do sol seria refletida pela superfície do papel laminado, o que, ao longo de alguns anos, empurraria o objeto alterando sua órbita. Em vez da energia da luz solar ser absorvida e esquentar o objeto, ela o empurraria. É, eu também acho que seria difícil embrulhar um asteróide com papel laminado… divertido, mas difícil.

Uma outra ideia, muito boa, seria utilizar um reboque gravitacional. Se aproximarmos do asteróide, ou cometa, um veículo com bastante massa, teríamos uma atração gravitacional considerável entre eles. Controlando o veículo aqui da Terra, poderíamos utilizar essa atração gravitacional para, lenta e sutilmente, ao longo de vários anos, puxar o objeto perigoso e alterar sua órbita.

A ideia da missão Don Quijote, é outra: provocar um impacto no asteróide para desviar seu curso com a força da colisão. Como uma jogada de sinuca espacial, mas sem caçapa para acertar a bola.

Don Quijote de La Mancha e Sancho Panza – Gravura de Gustave Doré, 1863.

Dois asteróides estavam sendo cogitados como alvo da missão, o próprio 99942 Apophis e o 2003 SM84.  O Apophis ficou famoso em 2004, quando cálculos preliminares mostraram um alto grau de probabilidade de colisão para 2029. Essa possibilidade foi afastada, mas naquele ano, o asteróide passará próximo o suficiente para que sua órbita seja alterada ao ponto de termos um outro possível impacto  em 2036.

A missão Don Quijote terá um módulo de impacto chamado Hidalgo e um orbitador chamado Sancho. Os que sempre tiveram vontade de ler a obra Don Quixote de La Mancha, de Miguel de Cervantes, mas nunca tiveram coragem de começar, podem se sentir mais estimulados agora.

Esperamos que o teste de Don Quijote seja satisfatório. O espaço próximo é constantemente observado por cientistas que monitoram os NEOs, ou, objetos próximos à Terra (da sigla, em inglês de Near Earth Objects). Portanto, um impactoi real poderá, sem dúvida, ser previsto com antecedência confortável para agirmos.

Podemos nos divertir com filmes de ação sobre impactos de asteróides, como os hollywoodianos Armagedon e Impacto Profundo. Ou podemos explorar a alma humana com o recente Melancolia de Lars Von Trier. Mas a preocupação real deve ser pequena, mantida no limite da atenção. Vamos manter a antenção aos objetos que passam próximos da terra, mas ficar em pânico pensando que o mesmo evento que eliminou os dinossauros pode se repetir agora que nós humanos dominamos a Terra, é como ter medo de um moinho de vento.