Quando uma supernova é observada, ela passa a ser catalogada com as iniciais “SN”, seguidas por um espaço e pelo ano de sua observação. Se houver mais de uma observação de supernova naquele ano, cada uma recebe ainda uma letra do alfabeto, sendo a primeira “A”, a segunda “B”, e assim sucessivamente. Dessa forma, a quarta supernova observada em 1957 chama-se SN 1957D, e foi detectada na constelação M83, também chamada de Galáxia do Catavento do Sul.
Essa galáxia está a cerca de 15 milhões de anos-luz. Isso significa que a luz demora 15 milhões de anos para sair de M83 e chegar aos nossos olhos. Ou seja: a supernova observada em 1957 aconteceu 15 milhões de anos antes.

Supernova é o evento que marca o fim de algumas estrelas. Quando as reações de fusão que ocorrem no núcleo da estrela, gerando luz e calor, não conseguem mais compensar a força de gravidade da própria estrela, ela implode. Cai sobre ela mesma. Esse colapso é seguido de uma explosão que libera energia capaz da fazer a estrela em processo de morte brilhar mais que uma galáxia inteira. O que sobra da supernova, com o material expulso para o espaço e o núcleo denso que resta, é chamado remanescente de supernova.
O núcleo denso pode ser uma estrela de nêutrons ou um buraco negro. A estrela de nêutrons tem uma rotação muito rápida, e, dependendo de sua posição, pode emitir pulsos de radiação para a Terra. Se isso acontecer, chamamos a estrela de nêutrons de pulsar.
Em 2010 e 2011 foram feitas observações em raios-X da SN 1957D, durante cerca de 8 dias e 12 horas. Essas observações parecem indicar a presença de um pulsar em SN 1957D. Se isso for confirmado, esse será um dos pulsares mais jovens observados, com apenas 55 anos de vida.
Esses dados serão publicados em um número próximo do Astrophisical Journal, mas você pode dar uma olhada prévia aqui (em inglês).
Lembre-se que a SN 1957D está a 15 milhões de anos-luz de nós. Ou seja, estamos observando esse provável pulsar recém-nascido, que, na realidade, é um senhor de 15 milhões de anos. Mas só podemos observá-lo em seus estágios iniciais. Só saberemos como esse objeto está de fato hoje daqui a 15 milhões de anos.
Links de interesse:
http://www.nasa.gov/mission_pages/chandra/multimedia/sn1957d.html