Alguns planetas possuem muitas nuvens, outros, não têm nem atmosfera. Vênus possui tantas nuvens que não conseguimos nem ver sua superfície, enquanto Mercúrio não possui sequer atmosfera.
Astrônomos descobriram mais dois planetas com nuvens fora do Sistema Solar. Um deles se chama Gliese 436 b, está a 33 anos-luz da Terra na constelação de Leão, e tem aproximadamente o tamanho de Urano. O outro, Gliese 1214 b, está a 42 anos-luz na constelação do Ofiúco e é um pouco menor que Netuno.
Esses planetas estão girando ao redor de suas estrelas numa posição em que eventualmente se localizam entre a Terra e a estrela. Planetas com órbitas posicionadas dessa forma são convenientes para estudo, porque podemos observar a luz da estrela quando passa pela atmosfera do planeta e compará-la com a luz sem passar pela atmosfera.
E, no caso desses dois planetas, o que os astrônomos viram foi nada. Absolutamente nenhuma interferência das atmosferas dos planetas. Isso pode indicar uma atmosfera com muitas nuvens ou uma atmosfera com moléculas pesadas como água ou metano.
Netuno é feito basicamente de gases leves como hidrogênio e hélio, e não é esperado se encontrar um planeta de tamanho semelhante composto por gases pesados. Portanto, a alternativa das nuvens é mais provável.
Esses não são os primeiros planetas extrassolares a apresentarem nuvens em sua atmosfera, mas ajudam a reforçar a ideia de que atmosferas com nuvens não são raras. O fato de um planeta ter nuvens não significa necessariamente que ele tenha água em abundância e vida, como a Terra. As nossas nuvens daqui são formadas pela evaporação de água líquida e nosso planeta é cheio de vida que surgiu na água. Mas Vênus, por exemplo, constantemente coberto por nuvens, é muito quente e possui uma composição química que torna impossível a vida.
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Artigo Científico na Nature (em inglês) : http://www.nature.com/news/cloudy-skies-on-nearby-super-earth-1.14450
