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A Maior Estrela e a Maior Galáxia Conhecidas

1) A Maior Estrela


Ilustração do tamanho aproximado da UY Scuti comparada com o nosso Sol
(Imagem: en.es-static.us/Arte UOL)

UY Scuti é considerada a maior estrela conhecida da nossa galáxia, ultrapassando outras recordistas como Betelgeuse, VY Canis Majoris e NML Cygni. Foi catalogada pela primeira vez em 1860, por astrônomos alemães do Observatório de Bonn. Seguem suas principais características:

– Nome

UY Scuti


– Tipo

Supergigante vermelha e variável pulsante (período aproximado de 740 dias), e de tipo espectral M4


– Localização

Constelação de Scutum (o Escudo). Acha-se a poucos graus ao norte de Gamma Scuti, e a nordeste da Nebulosa da Águia.


– Coordenadas Celestes

Ascensão Reta: 18h 27m 36.5334s

Declinação: – 12° 27′ 58.866”


– Distância à Terra

9.500 anos-luz


– Magnitude Aparente

10,56 (mínima) até 8,29 (máxima)


– Magnitude Absoluta

– 6,2


– Luminosidade

340.000 vezes superior à do Sol


– Diâmetro médio

Estimado em 2.376.000.000 km, considerando o seu raio médio com o valor de 1708 raios solares

Obs.1: O astrofísico Jillian Scudder da Universidade de Sussex declarou que a margem de erro (ou incerteza) nesta medida é de cerca de 192 raios solares para mais ou para menos.


– Volume

5 bilhões de vezes o tamanho do Sol

Obs.2: Se a estrela fosse colocada no centro do nosso “astro-rei”, sua fotosfera encheria todo o Sistema Solar até a órbita de Júpiter;

Obs.3: Um hipotético objeto voador, viajando à velocidade da luz, levaria cerca de sete horas para dar uma volta em torno da UY Scuti, porém apenas cerca de 14,5 segundos para circundar o nosso Sol.


– Massa

Inicialmente, considerava-se que a UY Scuti tinha uma massa estimada equivalente à de 25 massas solares, mas atualmente este valor foi reavaliado para 7 a 10 massas solares, o que não a deixa nem de perto do topo da lista de estrelas de maior massa.


-Temperatura na superfície

3.365°Kelvin

– Evolução esperada

Com base nos modelos correntes da evolução estelar, UY Scuti começou a fundir hélio, e continua a fundir hidrogênio numa casca em torno do seu núcleo. A posição mais interior da estrela no disco da Via Láctea, sugere que ela é rica em componentes metálicos.

Após fundir elementos mais pesados como lítio, carbono, oxigênio e silício, seu núcleo começará a produzir ferro, interrompendo o equilíbrio entre gravidade e radiação, e resultando num gigantesco colapso.

É esperado que estrelas como a UY Scuti sofram grandes mudanças de temperatura, de modo a se transformar em uma hipergigante amarela ou em uma variável luminosa azul, por exemplo, antes de explodir como uma supernova.

Fontes: hypescience.com, siteastronomia.com, en.wikipedia.org

2) A Maior Galáxia


Ilustração do tamanho comparativo entre as galáxias IC 1101, Messier 87, Andrômeda e a nossa Via Láctea (Imagem: cdn1.qcmeme.ca/Arte UOL)

IC 1101 é a maior galáxia conhecida no nosso Universo observável. Foi descoberta em 19 de junho de 1790 pelo astrônomo britânico Frederick William Herschel. Foi catalogada em 1895 por John Louis Emil Dreyer, como o objeto nº 1101 do “Index Catalogue of Nebulae and Star Clusters” (IC). Foi identificada como um objeto celeste de aparência difusa. Em 1932, após Edwin Hubble ter descoberto que alguns dos “objetos difusos” na realidade eram galáxias independentes, foram conduzidas análises subsequentes dos mesmos, e o IC 1101 foi identificado como uma dessas galáxias.

– Nome

IC 1101


– Tipo

Galáxia elíptica supergigante (Classificação:E) a lenticular (SO)


– Localização

No centro do enxame de galáxias Abell 2029, na constelação de Virgem

Obs: A denominação “enxame” caracteriza um aglomerado entre cem e dez mil galáxias.


– Coordenadas Celestes

– Ascensão Reta: 15h 10m 56.1s

– Declinação: +05° 44′ 41”


– Distância à Terra

1,04 bilhão de anos-luz, ou 320 Mpc (megaparsecs).


– Magnitude Aparente

14,73


– Forma e Dimensões

É bem provável, que o formato da IC 1101 seja um disco plano ou lenticular, uma vez que ela é visível da Terra nas suas dimensões máximas, “em planta”, não havendo uma visão “de perfil” da mesma.



Há um debate na literatura astronômica sobre como definir o tamanho de uma galáxia. No caso da IC 1101, verifica-se que:

  1. Chapas fotográficas em luz azul (estrelas de amostragem), permitem revelar o seu “raio efetivo” (o raio no qual metade da luz é emitida) no valor de (212 ± 39) mil anos-luz;

  2. Já o seu halo de luz difusa estende-se num raio de 2 a 3 milhões de anos-luz, segundo a maioria das fontes, o que resulta num diâmetro de até 6 milhões de anos luz, equivalente a 60 vezes o da nossa Via Láctea.


– Quantidade de estrelas

100 trilhões, enquanto a Via Láctea tem de 200 a 400 bilhões de estrelas.

– Massa

Como a maioria das grandes galáxias, a IC 1101 é povoada por estrelas ricas em metais, algumas das quais são 7 bilhões de anos mais velhas do que o Sol, e que têm uma cor amarelo-dourada. A IC 1101 tem uma brilhante fonte de rádio no seu centro, o que provavelmente está associado com a existência de um buraco negro incrivelmente denso, com massa na faixa de 40 a 100 bilhões de massas solares.


– Evolução

A IC 1101 não se tornou a maior galáxia conhecida do universo do dia para noite. O processo provavelmente levou bilhões de anos.

Os cientistas afirmam que galáxias menores foram atraídas umas pelas outras, colidindo entre si. Este processo, apesar de longo e árduo, acabou criando uma galáxia exponencialmente gigante, com os novos materiais e estrelas que foram agregadas a ela.


Da mesma forma, a nossa Via Láctea se aproxima pouco a pouco da galáxia de Andrômeda, e em alguns bilhões de anos deverão colidir, resultando numa grande galáxia elíptica, com aproximadamente um trilhão de estrelas.

Entretanto este número ainda é cem vezes menor em relação às estrelas que compõe a IC 1101.


Fontes: en.wikipedia.org, hypescience.com, top10mais.org, socientifica.com.br

Por Ronaldo R A Câmara

Sou Engenheiro Mecânico, formado pela PUC-RJ, tendo atuado mais de 20 anos na área de projetos industriais. Concursado da Petrobras no ano de 2000, trabalho em estudos e pareceres técnicos para sistemas de processo/utilidades dos Terminais da subsidiária Transpetro, que envolvem tubulações e equipamentos mecânicos.

Astrônomo amador (e marceneiro) desde os 14 anos de idade, quando construí minha primeira luneta e seu tripé, iniciei também uma coleção de livros e mapas celestes. Fui bolsista do CNPq no Observatório Nacional por três anos, na época da faculdade, sob a supervisão do mestre Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, que era astrônomo-chefe da instituição.

Atualmente tenho um telescópio Schmidt-Cassegrain de 180 mm de abertura, com o qual procuro observar da minha varanda planetas e objetos do céu profundo, sempre que o céu da cidade maravilhosa permite.

Nome completo: Ronaldo Ribeiro de Arruda Câmara
Nascimento: 06/02/1951
Naturalidade: São Paulo - SP / Residência: Rio de Janeiro – RJ
Email: [email protected]