Hoje, 28 de abril, celebra-se o Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças Relacionadas ao Trabalho, uma data criada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) para promover a prevenção de acidentes e doenças ocupacionais.
Embora pensemos primeiro em indústrias ou hospitais, esta é também uma excelente oportunidade para lembrar da importância da segurança em missões espaciais.
A história da exploração espacial traz lições dolorosas mas que levaram a segurança das missões espaciais à outro patamar. Dois dos acidentes mais emblemáticos da NASA foram:
- Ônibus Espacial Challenger:
Em 28 de janeiro de 1986, o Challenger se desintegrou apenas 73 segundos após o lançamento, resultando na morte dos sete tripulantes. A causa foi a falha de um anel de vedação (O-ring) em um dos propulsores, afetado pelas baixas temperaturas no dia do lançamento. - Ônibus Espacial Columbia:
Em 1º de fevereiro de 2003, o Columbia se desintegrou durante a reentrada na atmosfera. Um pedaço de espuma isolante, desprendido durante o lançamento, danificou a asa esquerda da nave, comprometendo sua integridade estrutural. Todos os sete astronautas a bordo morreram.
Esses eventos mudaram profundamente os protocolos de segurança em missões espaciais. Entre as principais evoluções, destacam-se:
- Melhorias nos testes e inspeções pré-lançamento.
- Avanços no treinamento de contingência para astronautas.
- Desenvolvimento de sistemas de escape de emergência.
- Investimento em novos programas de espaçonaves, como a cápsula Orion e o programa Commercial Crew (com a SpaceX e Boeing).
O espaço continua sendo um ambiente extremamente hostil, mas cada lição aprendida — muitas vezes a duras penas — reforça o compromisso da humanidade em exprolá-lo.
Outros acidentes importantes na história da exploração espacial:
- Apollo 1 (não Apollo 8):
Em 27 de janeiro de 1967, durante um teste em solo da missão Apollo 1 (inicialmente chamada AS-204), um incêndio na cabine matou os astronautas Gus Grissom, Edward White e Roger B. Chaffee. O acidente revelou falhas graves no design da cápsula e nos procedimentos de segurança. - Soyuz 1:
Em 24 de abril de 1967, o cosmonauta Vladimir Komarov morreu após a falha do paraquedas principal durante a reentrada da nave Soyuz 1. Ele foi o primeiro humano a morrer em uma missão espacial. - Soyuz 11:
Em 30 de junho de 1971, os cosmonautas Georgi Dobrovolski, Viktor Patsayev e Vladislav Volkov morreram durante o retorno da missão Soyuz 11. Uma válvula defeituosa causou a despressurização da cápsula no espaço, levando à morte da tripulação por asfixia. - X-15 Flight 191:
Em 15 de novembro de 1967, o piloto Michael J. Adams morreu durante uma missão com o avião-foguete X-15, quando a nave entrou em um giro descontrolado e se desintegrou. Esta é considerada uma morte relacionada ao programa espacial, pois o X-15 atingia altitudes suborbitais.
O Brasil também registra em sua história um grave acidente espacial. Em 22 de agosto de 2003, uma explosão na base de lançamentos de Alcântara, no Maranhão, causou a morte de 21 técnicos e engenheiros do programa espacial brasileiro. O acidente ocorreu durante os preparativos para o lançamento do foguete VLS-1 (Veículo Lançador de Satélites). A explosão foi causada por uma ignição acidental de um dos motores, antes mesmo da decolagem. A tragédia de Alcântara evidenciou a necessidade de reforçar ainda mais os protocolos de segurança em programas de acesso ao espaço.
A base de Alcântara, localizada próxima à linha do Equador, é considerada uma posição estratégica para lançamentos, pois permite economia de combustível e maior eficiência em missões orbitais.
Leia Mais:
NASA – Columbia Accident Investigation Board
NASA – Apollo 1 Accident Report
NASA – Soyuz 1 Incident Overview
https://www.nasa.gov/history/50-years-ago-remembering-the-crew-of-soyuz-11/