Em 2025, a missão Artemis II deveria marcar um novo capítulo na exploração espacial, com o retorno de astronautas à órbita lunar após mais de meio século. Embora a data original tenha sido adiada, este é um ótimo momento para revisitarmos o Programa Artemis, entender seu contexto, seus objetivos ambiciosos e os desafios enfrentados até agora.
Por que voltar à Lua?
Diferente do programa Apollo, que teve motivações majoritariamente geopolíticas durante a Guerra Fria, o Programa Artemis, liderado pela NASA com participação de agências como a ESA (Agência Espacial Europeia), JAXA (Japão) e CSA (Canadá), busca estabelecer uma presença humana sustentável na Lua e preparar o caminho para futuras missões tripuladas a Marte.
Diversos são os objetivos da missão Artemis. Um deles é o desenvolvimento de tecnologias para longas estadias humanas fora da Terra, associado à instalação de estruturas como o Gateway Lunar, uma estação em órbita lunar que servirá como ponto intermediário para futuras missões (leia mais sobre isso abaixo). Também estão entre os objetivos o estudo da região do Polo Sul lunar, onde há indícios de gelo de água em crateras permanentemente sombreada, e a criação de um modelo de cooperação internacional sustentável para a exploração espacial.
Fases da Missão Artemis
Artemis I – Lançamento: 16 de novembro de 2022
- Primeira missão não tripulada do foguete SLS (Space Launch System) e da cápsula Orion.
- Realizou uma trajetória de mais de 2,25 milhões de km, orbitando a Lua e retornando à Terra com sucesso.
- Duração da missão: 25,5 dias.
- Foi a missão mais longa já feita por uma cápsula projetada para astronautas sem tripulação.
- A cápsula alcançou uma distância de quase 435.000 km da Terra — mais longe do que qualquer nave projetada para humanos já havia ido (NASA).
Artemis II – Prevista agora para setembro de 2026
- Será a primeira missão tripulada do programa.
- Levará quatro astronautas: três da NASA e um da CSA (Canadá).
- Realizará uma trajetória de sobrevoo lunar sem pouso.
- Servirá para validar os sistemas de suporte à vida da cápsula Orion.
- Duração prevista: 10 dias.
Artemis III – Esperada para 2028 ou além
- A primeira missão desde 1972 a levar humanos de volta à superfície lunar.
- Primeira mulher e primeira pessoa negra a pisarem na Lua.
- Pouso programado na região do Polo Sul, com apoio do módulo de alunissagem HLS (Human Landing System) desenvolvido pela SpaceX com base na Starship.
Infraestrutura e Parcerias Estratégicas
Além das missões tripuladas, o programa Artemis envolve:
- Gateway Lunar: Estação orbital em construção, em parceria com a ESA, JAXA e CSA. Servirá como um “porto espacial” para missões lunares e base de experimentos científicos.
- Tecnologia SLS: O foguete mais potente em operação, capaz de lançar até 95 toneladas à órbita baixa da Terra. Versões futuras devem atingir 130 toneladas, superando o Saturn V.
- Orion Crew Module: A nave projetada para viagens profundas no espaço. Tem 5 metros de diâmetro, comporta até quatro astronautas e é equipada com sistemas de sobrevivência, navegação e escudo térmico de última geração.
Desafios e Adiamentos
O cronograma do Artemis enfrentou atrasos devido a: Atrasos na entrega da Starship HLS pela SpaceX, que ainda está em fase de testes orbitais; Problemas com o escudo térmico da Orion, detectados após a missão Artemis I; e ajustes no cronograma por questões de orçamento e revisão de segurança. Qualquer projeto do tamanho da missão Artemis está sujeito a atrasos durante sua execução, e meses ou até alguns anos não chega a ser um atraso que indica alguma falha no planejamnto.
O novo cronograma, atualizado em janeiro de 2024, prevê:
- Artemis II em setembro de 2026;
- Artemis III em 2028;
- Artemis IV e V na década de 2030, com foco em operações no Gateway e em uma presença mais permanente.
Uma Nova Era de Exploração Espacial, com a Iniciativa Privada
Além de um retorno à Lua, o Programa Artemis simboliza um grande projeto espacial pautado pela colaboração entre governos e iniciativa privada. Além disso, fornece uma estrutura para desenvolver tecnologias que serão fundamentais em missões futuras a Marte e, talvez, além.
Enquanto aguardamos os próximos passos, vale lembrar: cada avanço exige paciência, ajustes e persistência. Por falar em passos e Lua, lembremos da missão Apollo, que levou Neil Armstrong a dar o primeiro passo em nosso satélite em 1969: essa missãso teve em suas bases, exatamente paciência, ajustes e persistência. Agora, Artemir motiva toda uma geração a retornar à Lua e a se preparar para ir ainda mais longe.
Bons Céus!
Saiba Mais:

(Crédito: NASA/Bill Ingalls)

(Crédito: NASA)